quarta-feira, 22 de maio de 2013

Calafrio

Olá, leitores.
Aqui onde eu moro está excessivamente frio, para todos, um clima horroroso, chuva, vento, aquele friozinho horrível nos lábios, que nos faz lambê-los à toda hora, mas para mim, não existe época melhor.
O frio e o ar livre são as maiores características de leitura para um bom livro, mesmo morrendo de tanto congelar, não hesito ao pegar minhas cobertas e ler na grama, pois não existe melhor local para fazer isso, ouvindo o canto dos passarinhos, o som das folhas batendo e do mensageiro dos ventos, doce e metálico.
Sim, sei que você está pensando "mas o que isso tem a ver com resumo de livros?". Surpreendo-lhe ao dizer "tudo". O inverno, além de ser a melhor época para ler, é a melhor época para comprar livros, pois é mais ou menos quando saem todas as continuações e lançamentos de livros divinos, isso digo por conta própria.
Não estava conseguindo ler direito nos últimos dias, pois sabia que uma encomenda nova de livros estava para chegar aqui, como presente de aniversário, e minha frustração ia crescendo pela demora, tirando minha concentração, mas agora os livros chegaram, e já tenho conteúdo novo para essa postagem.
A obra de hoje chama-se Calafrio, da escritora Maggie Stiefvater. Afirmo com toda a certeza, Calafrio é um dos melhores livros sobrenaturais que já li. Agora você diz "mas eu odeio sobrenatural" e eu respondo para que não desista do livro logo agora, você há de se surpreender, assim como eu.
Quando as pessoas pensam em sobrenatural, logo imaginam Crepúsculo, mas o livro não tem relação alguma com a obra de Stephanie Mayer ( que eu não gosto, por sinal), mesmo que o The New York Times tenha feito a seguinte crítica de Calafrio:
" Se você é fã de Crepúsculo, vai amar Calafrio" - The Observer

Muito bem, agora digo: não, não sou fã de Crepúsculo, aliás, não gosto nem um pouco. Sim, muitos vão julgar-me, dizer que fui influenciada pelas massas odiadoras de Crepúsculo, mas digo que não. Antes mesmo da série virar moda, eu li o primeiro livro e o segundo ( Lua Nova), e não me surpreendi nem um pouco, achei realmente monótono, um livro que não diz nada, não conta nada. Mas como meu objetivo não é criticar essa tão amada saga pelo mundo, vou voltar a falar de Calafrio.
Apenas para constar que se você não gosta de Crepúsculo, não desista de ler Calafrio.
Bem, esse livro veio na minha última remessa de livros, mais ou menos em Agosto do ano passado, e juro, nessa remessa conquistei um horrível dedo podre e só selecionei livros ruins, por sorte, consegui alguns muito bons também, como este. 
Admito, comprei o livro pela capa, e aconselho que não façam isso, principalmente quando estão comprando pela Internet, pois nessa época eu não almejava por nenhum livro em específico e fui escolhendo-os pela capa e pelo gênero, no caso, sobrenatural, estilo pelo qual eu estava fissurada na época.
A capa é muito bonita, de uma interpretação interessante, e só por ela, já pude perceber que era um livro misterioso e passado em lugar de neve, que, como escritora, admito que são os lugares mais gostoso para se fazer uma narrativa: na neve. Muitas coisas podem acontecer na neve, por isso é tão bom escrever em seu cenário.
Andei pesquisando sobre a saga desse livro, chamada de Lobos de Mercy Falls, e vi que  a série tem outro tipo de capa diferente, não sei se o livro é o mesmo, mas o que eu li ( e achei ótimo, por sinal), é o da capa abaixo.

Iremos ao resumo.
O livro conta a história de Grace, uma jovem de dezessete anos que tem uma vida normal, estuda, tem alguns amigos no colégio, sustenta um semblante comum de adolescente, mas ela esconde um terrível segredo, havia muitos anos. Quando Gracie tinha onze anos, foi atacada por lobos que viviam no bosque em frente à sua casa, e só não foi morta por eles porque um dos lobos, cinzento e com peculiares olhos amarelos, como mel aquecido, salvou-a da morte.
Desde esse primeiro contato, em todos os Invernos Grace via seu lobo esperar-lhe, observar-lhe do bosque, mas sem nunca se aproximar. Ela estranhava o fato do grande animal aparecer em todos os invernos e ficar sustentando seu olhar com aquele peso amarelo, mas o mais estranho era que ele sumia completamente no verão e primavera. 

" Nunca tive medo dele. Era grande o bastante para me arrancar do balanço, forte o bastante para me derrubar no chão e me arrastar para o bosque. Mas a ferocidade de seu corpo não existia em seus olhos. Eu me lembrava do seu olhar, de cada tom de amarelo, e não podia ter medo. Sabia que ele não me faria mal. (...) E assim tudo continuou igual, por seis anos: a presença alarmante dos lobos no inverno, e sua mais alarmante ausência no verão. Eu realmente não pensava no tempo. Pensava que eram lobos. Apenas lobos."

Grace sustentava aquele segredo desde o ataque, mas quando um dos seus colegas de escola, Jack, é atacado por lobos, Grace se vê apavorada, lembrando-se do que acontecera com ela mesma naquela época, mas o mais amedrontador é quando ela vê Jack, ou melhor, um lobo, como os que a atacaram, mas que possuía os olhos de Jack.

... " Eu poderia ter gritado, mas não gritei. Poderia ter lutado, mas não lutei. Só fiquei lá, deitada e deixei acontecer, observando o céu branco de inverno tornar-se cinza acima de mim. 
Um lobo me cutucou a mão e a bochecha com o focinho, projetando uma sombra sobre meu rosto. Seus olhos amarelos penetraram nos meus enquanto os outros lobos me sacudiam por todos os lados.(...) Não havia sol, não havia luz, e eu estava morrendo. Não conseguia me lembrar de como era a cor do céu. Mas eu não morri, estava perdida no mar de frio, e depois renasci em um mundo de calor. 
Me lembro apenas disso: seus olhos amarelos. 
Achei que nunca mais fosse vê-los"

Naquela mesma época, a cidade, em instinto de vingança pela morte do rapaz, planeja alvejar os lobos do bosque, e na noite do ataque, um rapaz aparece na casa de Grace, nu, atordoado, mas ela logo reconhece seu lobo, pois os olhos amarelos eram os mesmos.
Em pouco tempo, Grace se vê imersa no mundo dos lobos, enquanto conhece Sam, seu lobo, que conta-lhe toda a história de sua transformação: uma pessoa vira lobisomem quando é mordida por um, no calor, eles voltam a ser humanos, no frio, viram lobos, com pensamento irracionais e instintivos, mas com o passar do tempo e com a queda de temperatura, os lobisomens param de virar humanos, até que passam a ser apenas lobos comuns. Sam sente que aquele era seu último ano como homem, e logo voltaria a ser lobo, para todo o sempre, a ideia não lhe parece tão repulsiva, mas logo torna-se inaceitável, pois Grace apaixona-se perdidamente por seu lobo, e ele também.

(...)" Na penumbra, pude perceber sua expressão triste ao enfrentar o território proibido do colchão. Eu não sabia se achava charmosa sua relutância em partilhar a cama com uma garota ou um insulto, por, aparentemente, não ser atraente o bastante para que ele não investisse como um touro no colchão"

Em meio ao romance, ambos precisam conseguir um modo de impedir Sam de voltar a ser lobo, e descobrir quem na verdade é Grace, que lembrava-se de ter sido mordida quando foi atacada, seis anos atrás. O mistério envolvente, cercado por romance, dúvidas e perdas, faz de Calafrio uma história tão fantástica, daquelas que nos faz ler rapidamente.

(...) "Seus olhos seguiram minha mão, do seu ombro ao meu colo, e eu a vi também engolir em seco. A pergunta óbvia - quando me transformaria de novo - pendia entre nós, mas nem eu nem ela colocava-a em palavras. Eu ainda não estava pronto para lhe dizer. Meu peito doía, em pensar em deixar tudo aquilo para trás."

Como percebe-se pelas passagens, o livro é todo descrito em primeira pessoa, mas com personagens diferentes, em alguns momentos, é narrado pelo ponto de vista de Grace, em outros, pelo de Sam, tanto em forma de lobo como de humano. O que me chamou realmente a atenção nessa obra foi a nuance dos detalhes que a autora acrescentou, fazendo-os parecer tão sutis mas tão necessários ao mesmo tempo, como a descrição de cheiros, sabores, texturas e temperaturas, que me fez entrar completamente no enredo e floresta de Mercy Falls, sentir realmente o frio sepulcral das transformações que acometiam os lobisomens quanto aos odores, tão bem exemplificados.
O livro é realmente muito bom, li-o em um dia ( comecei em uma tarde e terminei na outra), e no momento em que abri a primeira página, vi que não conseguiria pará-lo até descobrir o fim da história de amor, que é realmente interessante, não melosa ou intrigante como em outros livros, focado principalmente no assunto "lobo", não nos momentos afetivos do casal, que, embora poucos, são muito bem feitos. Todos os personagens tem um fundamento, não existe um só personagem que apareça para ser descartado, além de contar com uma pequena seleção dos mesmos, fazendo tudo ficar mais envolvente e fácil de compreender.
Calafrio é delicioso, maravilhoso para o Inverno, para ler-se sob as cobertas.
Esse eu já li, e aprovei.


domingo, 12 de maio de 2013

Terrível Encanto

Olá, leitores.
Hoje vou fazer a resenha de um livro que acabei de terminar, e, diferente de todos os que já resumi aqui, não gostei muito dele. Mesmo assim, achei necessário resenhá-lo, pois outras pessoas podem vir à ler a páginas e desistir ou persistir com a compra depois de ler.
A obra chama-se Terrível Encanto, da escritora Melissa Marr. Então vêm-se a pergunta: por que você não gostou do livro? A questão é a seguinte, o livro não é ruim, a autora tem um modo de escrita interessante, os personagens são bem bolados, mas ao meu ver, a obra em conjunto não ficou tão interessante, faltou aquele "algo mais", que eu encontrei em todos os resumos que já citei aqui, mas não esteve presente em Terrível Encanto.
Comprei o livro sem querer, para ser sincera. Em maio e outubro, normalmente lançam-se as continuações de sagas, mas nos meses entre esses ocorrem os lançamentos de livros novos, e comprei a obra em junho do ano passado. Estava pesquisando na Internet livros do gênero sobrenatural, pois naquela época estava apaixonada por esse estilo, quando deparei-me com Terrível Encanto. O título é muito interessante, poderia ter diversas interpretações, e contracenando com a capa, que considerei de muito bom gosto, considerei que seria uma leitura excelente, algo que realmente não foi.


Descobri ontem que o livro tem uma continuação, Tinta Perigosa, mas admito que não estou muito interessada em comprá-lo, pois se o primeiro já não foi uma leitura agradável, não me empolgo muito com o segundo, ou com todos que podem vir. 
Terrível Encanto possui 357 páginas, e o que considerei o mais interessante do livro foram os pequenos trechos que a autora inseriu no início de cada capítulo, pois dão uma bela essência ao texto, tornando-o mais receptivo.

" Os seres encantados derramaram três gotas de um precioso líquido na pálpebra esquerda de sua companheira, e ela viu um país delicioso... A partir desse momento ela adquiriu a faculdade de discernir os seres encantados enquanto eles circulavam invisíveis.
- A mitologia dos seres encantados
de Thomas Keightley (1870)"

Bom, além disso, não há muito a se falar, por isso vou partir diretamente ao resumo.
Terrível Encanto conta a história de Aislinn, uma garota de 17 anos que parece com todas as outras, mas ela possui algo diferente, chamado por ela de Visão. A Visão permite Aislinn de ver o seres encantados, que são como monstros vagantes da terra, mas invisíveis para os seres humanos, exceto para Aislinn e sua avó, que também tem a Visão.
Ela passou a vida inteira tentando evitá-los, impedindo-os de saberem que têm a Visão, pois sua avó contara-lhe que na antiguidade os seres encantados arrancavam os olhos de quem tivesse Visão. A regra principal para a vida de Aislinn é nunca, em hipótese alguma, despertar a atenção dos seres encantados.
Mas Aislinn desperta a curiosidade e atenção de Keenan, nada mais nada menos que o Rei do Verão dos seres encantados. Os seres encantados são divididos em várias cortes, a Corte do Verão e a do Inverno, comandada pela maligna mãe de Keenan, Beira.
Havia muitos anos quando Beira lançou uma maldição na Corte do Verão, dizendo que o Inverno dominaria o mundo até que Keenan encontrasse a Rainha do Verão, a única capaz de matar Beira, e só assim ele seria poderoso, mas Keenan, mesmo depois de muitas tentativas, não consegue encontrar sua rainha, e qualquer mulher que não estivesse predestinada a ser rainha tocasse o bastão de Beira, que só poderia ser tocado pela verdadeira líder, receberia o frio do Inverno em seu âmago, até que a próxima garota tomasse seu lugar. Esse é o caso de Donia, última amante de Keenan e a responsável de impedir a próxima de acreditar em Keenan.

"- Há alguma forma de sair de seja lá o que for esse caos? Quero voltar à minha vida. Não há alguém com quem a gente possa falar?
Donia fechou a porta do guarda-roupa com cuidado, sem olhar para Aislinn. Ninguém jamais perguntara isso também.
Ainda virada para o guarda-roupa, ela disse:
- Apenas uma garota conseguiu evitar a escolha.
- Como? 
Virando-se, Donia sustentou o olhar de Aislinn e matou a esperança que rastejara na voz dela.
- Ela morreu"

Ela tenta ajudar Aislinn, dizendo-a para não confiar no Rei do Verão, mas tanto Donia quanto Keenan sentem que Aislinn seria a verdadeira rainha do Verão, e Beira fica muito desconfiada. Mas o problema é, que diferente de todas as meninas que Keenan já cortejara, Aislinn não o ama nem sente atração por ele, pois ela já estava apaixonada por seu melhor amigo Seth, para quem já contara sobre sua Visão e sobre Keenan.

"Atrás dela Keenan esperava, a luz do sol resplandecendo de sua pele, fazendo com que Donia sentisse vertigem ao olhá-lo. Muito tempo se passara desde que o vira cintilar tão claramente, e ela tentara se convencer de que não era tão bonito quanto parecia em suas lembranças.
Ela errara.
Donia se forçou a desviar o olhar dele.
- Por favor - rogou - Deixe que Aislinn seja a escolhida"

De pouco em pouco Keenan vai encantando-a, até que, bêbada, ela revela que consegue ver os seres encantados, e todos assim tem certeza de que ela é a Rainha do Verão. Aislinn tem duas escolhas, ou ignora todos os avisos de Donia e segura o bastão da Rainha do Inverno, correndo o risco de tornar-se como Donia e suportar o frio do Inverno em seu ser, ou vira uma Garota do Verão, presa pela eternidade com Keenan e todas as outras Garotas do Verão.
Além disso, ela está dividida entre dois homens, um mortal que que a ama mais do que tudo e um rei que precisa dela ao seu lado.
Quais serão as escolhas de Aislinn?

" - Fez o quê?
- Ela me curou com um beijo, partilhou suas forças comigo. - Ainda segurando uma das mãos dela, Keenan se ajoelhou, olhando para cima em direção à ela, lágrimas douradas rolando de seu rosto como um córrego de brilho de sol líquido. 
As criaturas se ajoelharam junto à ele no beco sujo.
- Minha Rainha. - Keenan soltou a mão dela para alcançar o rosto de Aislinn.
E ela correu, correu como nunca em sua vida, esmagando o gelo de Beira - que ainda emitia uma luz trêmula - sob seus pés, escapando do brilho da luz do sol emitido pela pele de Keenan"

Como eu disse, o livro não foi realmente interessante, mas não chega ao ponto de ser ruim, apenas fraco, pois a autora não soube trabalhar em alguns momentos realmente bons, como o momento em que Keenan descobriu que ela tinha a Visão, e exagerou muito em outros, como na hora de descrever Keenan, a pele dele, seu brilho de luz, etc.
Bom leitores, é isso, esse eu já li, e infelizmente, não aprovei.

domingo, 5 de maio de 2013

A Pirâmide Vermelha

Olá, leitores.
Passei um tempinho sem postar, desculpem, mas o verdadeiro motivo é que estive muito ocupada com o meu aniversário, e também decidindo que livros vou comprar no meu aniversário. Assim que recebê-los, posto a relação aqui para vocês.
Bem, o livro que vou contar-lhes hoje, pelo menos para mim, é um livro relativamente antigo, mas atual ao mesmo tempo. Muitas pessoas, quando o leem, não dão muita importância, e alguns até mesmo desistem no meio, mas o meu conselho para essa obra é: não pare no meio.
Não que o livro seja cansativo, ou ruim, ele é simplesmente detalhista. Como já disse antes, gosto muito de livros detalhistas e que ensinam algo de outras culturas para gente, como o livro A Maldição do Tigre, que já resumi, e conta uma boa parte da cultura indiana.
O livro de hoje chama-se A Pirâmide Vermelha, e, ao invés da indiana, ele nos traz uma forte parcela da cultura egípcia, a qual, admito, aprecio muito. Desde a primeira página percebemos que o livro demonstra uma forte bagagem cultural, mas muitos, quando começam a leitura, pensam que será um livro egípcio tedioso, como O Filho da Luz, de Christian Jacq, por exemplo. Mas não, como leitora dos dois, fica avisado que ambos não tem relação alguma um com o outro, apenas pelo fato de terem como base o Egito.
Muito bem, como eu disse antes, o livro é relativamente antigo, mas não no ponto de vista de época de lançamento, já que é uma obra do mesmo escritor da famosa série Percy Jackson, Rick Riordan. O livro é antigo pelo fato de citar fatos altamente desconhecidos sobre o passado das civilizações, além de ter uma escrita interessante.
A Pirâmide Vermelha não é um livro que se possa definir por tipo de formalidade, já é escrito na primeira pessoa por dois personagens diferentes, fato que achei muito interessante, pois, como todo mundo, escolhi o personagem que mais gostei e ficava ansiosa para ler as suas partes.
A Pirâmide Vermelha não é um livro muito grande, constitui-se em 445 páginas de pura aventura e mistérios que não foram descobertos, abrindo um grande espaço de curiosidade para o segundo exemplar, já lançado no Brasil, chama-se O Trono de Fogo.
Admito, comprei o livro quando ele lançou por ser uma grande fã de Percy Jackson, e não me decepcionei, na verdade, gostei mais desta série ( chamada As Crônicas dos Kane), do que da do Percy.
Como na imagem abaixo, a capa é muito interessante, então, mesmo que você nunca tenha lido outras obras do autor, sei que não vai haver decepção por parte dessa obra, pois não existe co-relação entre os dois escritos. A capa é altamente ilustrativa, com cores fortes e várias sequências diferentes de imagem, que, quando se encerra a leitura, é quase inevitável olhar para a capa novamente e buscar partes da história nela. A própria capa conta um livro.

Bem, vamos ao resumo.
O livro é contado por dois personagens, os irmãos de 14 e 12 anos, respectivamente, Carter e Sadie. Mesmo sendo irmãos, ambos não tem semelhança nenhuma, Sadie é loira e Carter, afro-americano, sequer moram na mesma casa, nem mesmo no mesmo país, desde a morte da mãe de ambos, Sadie morava com os avós maternos, e Carter com o pai, um egiptólogo famoso.
As crianças só podiam se encontrar duas vezes por ano, e, em um desses encontros, o pai os leva para visitar um museu em Londres, com a promessa de que tudo voltaria a ser como antes. Mas um acidente fatal no museu interrompe a vida dos pais e liberta uma presença horrível no mundo humano, e logo Carter e Sadie se veem órfãos, sem mais ninguém no mundo, até que um homem que diz ser o tio de ambos, leva-os para os Estados Unidos.
Amós, como se descobre ser o nome dele, conta para as crianças que ambos são magos, feiticeiros da Casa da Vida, uma organização existente desde o Antigo Egito, onde todos aqueles com sangue de faraós lutava contra os deuses egípcios, que, mesmo inacreditavelmente, existiam no mundo real. Eles descobrem que o pai, mesmo sem intenções, libertara os deuses egípcios com o acidente no museu, e Set, o mais poderoso de todos, sonha em destruir o mundo.
Vendo-se obrigados a aprender magia das formas mais rápidas possíveis, ambos embarcam em uma jornada para destruir os planos de Set e restaurar a vida do pai, mas o que eles não sabiam era que muitos segredos ainda existiam, segredos que vão aparecendo de pouco em pouco, e mudando completamente a vida dos dois.

"- Ah, não - falei, sentindo o pânico dominar meu peito. - Não, não, não. Alguém me traga um abridor de latas. Tem um deus na minha cabeça. " - Carter Kane

Carter descobre que está hospedando o antigo deus egípcio Hórus, conhecido também como Deus Falcão, enquanto sua irmã hospeda a Deusa Ísis, deusa da magia. Os dois precisam aprender a controlar os deuses em sua cabeça antes que seja tarde demais, e além de destruir Set, eles precisam aprender a usar o poder dos deuses sem destruir a eles mesmos.

"...- Odeio esse plano - Resmungou Sadie.
- Trate de mantê-la ocupada por mais alguns segundos. - eu disse - E não morra"

Como já disse, gostei muito do livro, como gosto muito de todos os livros de Rick Riordan. Ele tem o dom de descrever o personagem tão bem de modo que você acha que ele realmente existe, e interage com o leitor de modo que você pensa que é um dos personagens do livro. Admito, quando terminei de ler, pensei por muitos dias se eu não seria também uma maga, pois mesmo sendo pura ficção, ele dá uma veracidade tão grande aos seus textos que a leitura torna-se mais impressionante e difícil de esquecer.

"... - Essa é a parte mais difícil, não é?
- Um - contei - Dois, três...
Sadie apareceu em um espaço aberto e gritou o seu feitiço preferido.
- Ha-di!
Os hieróglifos brilharam no alto da cabeça de Sekhmet. E tudo em volta dela explodiu... Foi muito impressionante, mas eu não tinha tempo para admirar o trabalho de Sadie. Transformei-me em um falcão e me atirei na direção dos tanques de salsa"

Além de ficção e aventura, Riordan inseriu no texto uma dose de humor, principalmente pelas passagens de Sadie, admito, minha personagem preferida, romance, cultura, além de outros valores, muito bem descritos e exemplificados.

"Estávamos sozinhos em uma mansão estranha, com um babuíno, um crocodilo e uma gata sinistra. E aparentemente, o mundo todo corria perigo.
Eu olhei para Sadie.
- O que fazemos agora?
Ela cruzou os braços.
- Bom, é evidente, não? Vamos explorar a biblioteca"

Recomendo o livro para qualquer um, a leitura é fácil, agradável e nos traz, de modo gostoso, uma nova bagagem de cultura egípcia que já me foi muito útil em outros aspectos, como debates e trabalhos escolares.

"- Espere! - gritou Carter -Você não pode simplesmente...
- Irmão querido. - comecei - sua alma deixou seu corpo outra vez enquanto Amós estava falando ou você ouviu o que ele disse? Os deuses egípcios são reais. Lorde Vermelho é mau. O aniversário do Lorde Vermelho, muito em breve, muito ruim. A Casa da Vida: velhos magos encrenqueiros que odeiam nossa família porque papai foi meio rebelde, e a propósito, você podia aprender algumas lições com ele. Assim, sobramos apenas nós, com um pai desaparecido, um deus mau prestes a destruir o mundo e um tio que acabou de pular do alto do prédio onde estamos e não posso culpá-lo por isso - Parei para respirar [ Sim Carter, eu preciso respirar de vez em quando] - Esqueci alguma coisa? Ah, sim, também tenho um irmão supostamente poderoso, de uma linhagem de sangue muito antiga, blá-blá-blá, etc. mas que tem muito medo de visitar uma biblioteca. E então, você vem comigo ou não?"

Além de personagens fantásticos, enredo envolvente e linguagem gostosa, o livro conta com muitos outros aspectos que rendem a leitura, tornando-o desejável e muito bom de ler.

" Carter me estudou, cético. 
- Aqueles hieróglifos que você criou eram dourados. Os que papai e Amós criaram eram azuis. Por quê? 
- Talvez cada um tenha sua própria cor. - sugeri. - A sua pode ser pink.
- Engraçadinha.
- Vamos lá, mago pink - chamei - Vamos entrar."

Então é isso leitores, A Pirâmide Vermelha, de Rick Riordan, é o livro de hoje.
E como diz Carter, "Venha para o Brooklyn. Estamos esperando".
Esse eu já li, e aprovei.