domingo, 14 de abril de 2013

A Maldição do Tigre

Olá, leitores.
Desculpem pela semana em branco, em que fiquei sem postar nada, o real motivo é que estou absolutamente sem tempo algum, e além disso, permaneço parada no mesmo livro há dois meses, Gabriela Cravo e Canela. Nunca demorei tanto para terminar um livro.
De qualquer modo, aqui estou, e hoje vou falar de um livro que já possui saga e continuação, portanto escreverei sobre essa série individualmente. O nome da obra é a Maldição do Tigre, de Colleen Houck.
Quando comprei esse livro, ninguém fazia a menor ideia da existência dele, até mesmo eu fiquei um pouco indecisa no momento da compra, pois título é algo que chama muito a minha atenção, e acredito que a de todos também, e vamos combinar que este título, além de não ser muito original, não convence  um leitor frequente de que a obra seria realmente interessante. Um leitor promíscuo não o compraria pelo título, mas de qualquer modo, por desavença do destino, eu o comprei.
Encontrei A Maldição do Tigre no sebo de troca e compra de livros usados e novos aqui de minha cidade, e cercada de "Shakespeares", "Agatha Christies" e "Arthur Conan Doyles", algo me levou até a prateleira e encontrei esse livro, escondido, empoeirado, fiquei até com pena. Perguntei ao vendedor se o livro era bom, e ele alegou não saber, pois ninguém comprara o livro ainda. Li a orelha e a sinopse, e como o preço era bastante baixo, comprei a obra.
Na primeira vez que li o livro, achei-o interessante, mesmo sendo constituído de um triângulo amoroso piegas, a escritora soube trabalhar bem no enredo,deixando laços soltos o suficiente para a continuação da história. Além de ter arquivado um pouco mais de cultura e língua indiana, o livro traz um vasto conhecimento sobre mitologia hindu, o que achei realmente interessante. Depois de um ano, reli o livro, e como acontece muitas vezes comigo, gostei do livro mais do que da primeira vez, resolvendo assim, continuar com a saga, que por enquanto possui três livros traduzidos para o português, mais dois, ainda em inglês.
A Maldição do Tigre é um livro de leitura rápida e divertida, não intensamente profunda, como Lya Luft ( meu ponto de base para qualquer referência literária), mas uma leitura breve e interessante, que nos faz viajar pelo cenário indiano e detalhista da escritora. Aliás, foi isso que mais me chamou a atenção, o modo como a autora apresenta os detalhes, muito bem descritos. A obra possui 344 páginas, mais um bônus adicional no primeiro capítulo do segundo livro, o qual, na época em que comprei o primeiro, ainda nem tinha sido lançado, mas agora já existe no Brasil.
A capa, mesmo não sendo muito interessante ao meu ver, tem uma mescla bonita de cores e arquitetura indiana, além do chamativo tigre de bengala na frente, que foi o que realmente chamou a atenção, não o título, cujas letras são quase ilegíveis.


Vamos ao resumo.
A Maldição do Tigre conta a história de uma jovem de 19 anos, Kelsey Hayes. Kelsey vive com os pais adotivos, já que seus próprios pais morreram em um acidente de carro. Kelsey, com as dificuldades de cursear uma boa faculdade, inicia um emprego temporário em um circo, e sua função lá dentro é cuidar dos cães e alimentar o tigre branco, astro principal do cenário circense.
Morando no circo por um tempo, Kelsey começa a se apaixonar pelo gigante tigre branco, Dhiren, que ela chama de Ren, e que, por incrível que o pareça, demonstra afeição pela garota. Tudo corre bem na vida da garota, até que certo dia um homem misterioso aporta no circo, com o objetivo de comprar Ren. Kelsey entra em desespero, ciente de que não pode abandonar seu tigre branco, até que o comprador, chamado Sr Kadam, resolve levar Kelsey consigo para a Índia, onde ela poderia ficar com seu tigre por mais um tempo.
Kelsey embarca com Ren e Sr Kadam para a Índia, onde começa uma afeição paternal pelo velho, que mostra uma admiração enorme por Kelsey e a trata como filha.
Mas as coisas começam a dar errado no momento em que Kelsey pisa em solo indiano, misteriosamente, Sr Kadam some, e deixa Kelsey sozinha com o tigre, no meio da floresta. Certo dia, quando ela e o tigre encontram uma casa de madeira no meio do mato, Ren transforma-se em homem, deixando Kelsey apavorada.
" Virando-me lentamente, deparei-me com um rapaz bonito de pé bem à minha frente. Parecia jovem, 20 e poucos anos. Era uns 30 centímetros mais alto do que eu e tinha um corpo forte e esbelto, vestido em roupas largas de algodão branco. Sua camisa de mangas compridas estava para fora da calça parcialmente desabotoada, deixando ver um tórax liso, largo e de um tom de bronze dourado. A calça leve estava enrolada na altura do tornozelo, realçando os pés descalços. Os cabelos, negros e lustrosos, estavam penteados para trás e se encaracolavam levemente na nuca.
Seus olhos eram o que mais me chamava a atenção,aqueles eram os mesmos olhos do meu tigre, o mesmo tom de cobalto profundo.
Estendendo a mão, ele falou:
- Oi,Kelsey. Sou eu, Ren."
Ele diz que é um príncipe indiano, que recebeu uma maldição há milhares de anos de um feiticeiro maligno, Lokesh, desde então, Ren vive em corpo de tigre, e só pode virar homem durante 24 minutos à cada dia. Kelsey, completamente apavorada, resolve seguir o homem/tigre até o local onde o Sr Kadam está, e lá ele conta a Kelsey o resto da história, dizendo também que a garota foi a escolhida dos deuses para libertar Ren e seu irmão, Kishan, perdido na floresta, da maldição que transforma os dois em tigres.
Ren e Kelsey embarcam em uma jornada em um país desconhecido, com o objetivo de encontrar um objeto sagrado, que os ajudará à quebrar a maldição. No meio da jornada, os sentimentos falam mais alto e Ren e Kelsey acabam sofrendo uma intensa paixão, que acaba de modo triste e melancólico.

" - Deixe-me explicar dessa forma: assim, um homem faminto comeria feliz um rabanete, certo? Na verdade, um rabanete seria um banquete, se fosse tudo o que ele tivesse. Mas, se houvesse um banquete de verdade na frente dele, o rabanete jamais seria escolhido."
Ren permaneceu calado por um momento.
- O que está querendo dizer?
- Estou dizendo, que eu sou o rabanete.
- E eu sou o quê? O banquete?
- Não, você é o homem. Só que... eu não quero ser o rabanete. Quem quer? Mas sou realista o bastante pra saber o que eu sou, e eu não sou o banquete. Quer dizer, você poderia estar comendo bombas de chocolate, pelo amor de Deus.
- Mas não rabanete.
- Não.
- Mas e se... eu gostar de rabanete?
- Você não gosta. Só não conhece nada melhor. Eu lamento ter sido tão rude com você. Normalmente não sou assim. Não sei de onde vem todo esse sarcasmo."

Será possível a permanência desse amor? E tudo fica mais complicado ainda quando Kishan, o irmão de Ren, é encontrado e começa a seduzir Kelsey, formando um triângulo amoroso.

"Dei um tapinha amigável em seu joelho e joguei o trunfo.
- Estou indo embora.
- Você o quê?
- Estou voltando para casa, no Oregon. O Sr Kadam acha que vai ser mais seguro para mim, com Lokesh a solta por aí, tentando nos matar e tudo o mais. Além disso, você precisa de um tempo para esclarecer as coisas.
- Se você vai, então eu vou com você.
Sorri-lhe com ironia.
- Isso anula o propósito da minha ida. Você não acha?"

A Maldição do Tigre é um livro interessante, esta é minha real opinião sobre ele. Mesmo sendo envolvente, não o considerei emocionante, e notei momentos em que a escritora colocou fatos que pareciam estar falando com o leitor, invés de ocorrer a atuação entre os personagens, o que não achei muito agradável. De qualquer forma, é uma boa obra, de leitura fácil e agradável, detalhista e correta, onde há um triângulo amoroso bastante água com açúcar e algumas tiradas sarcásticas geniais, o que considerei o ponto alto do livro, além da forte inserção na cultura indiana.
A Maldição do Tigre é um livro recomendável para aqueles que gostam de um romance fictício, onde todas as linhas de todos os parágrafos são exclusivamente voltados para o romance.

"Eu não conseguia respirar. Fui para o banheiro e abri o chuveiro para abafar qualquer ruído. Fechei a porta, o que aprisionou todo o vapor ali dentro, e solucei. Espasmos de agonia sacudiam meu corpo. Meus olhos, meu nariz e boca, todos jorraram simultaneamente quando me permiti sentir o desespero vazio da perda.
Escorreguei para o chão e deslizei mais até estar esparramada com o rosto encostado no mármore frio. Deixei as emoções dominarem até me sentir completamente esgotada. Meus braços e pernas pareciam sem vida e insensíveis, os cabelos encresparam e grudaram-se ás lágrimas do rosto"

A única coisa que realmente me desagradou foi o fato de não existir um personagem ( ou casal), fora do enredo amoroso. Em todos os livros, filmes e novelas, existe uma segunda opção para todos aqueles que não gostam do protagonista, como o casal Holiday e Burnett, nos livros de C.C Hunter, ou até mesmo Helô e Stênio, na novela Salve Jorge. Esses casais são uma segunda opção, para quem não gosta dos principais, e isso é absolutamente inexistente nessa obra. Mesmo não tendo desaprovado o triângulo, sempre existem aqueles que não gostam, e é sempre bom existir uma segunda opção.
Mesmo minhas críticas estarem parecendo tremendamente negativas, eu gostei do livro, o reli, e continuei acompanhando a saga, o que prova que ele é bom, mas de um modo diferente.
É isso, leitores.
Este eu já li, e mesmo que pareça o contrário, aprovei.
Mariana

Um comentário:

  1. Mamá,parabens pelo seu blog.Adorei todos os seus resumos e comentarios.
    Bjs, Viní

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