Olá, leitores.
Hoje vou falar de um livro que me emocionou profundamente, uma daquelas leituras que você se senta na cadeira, ajeita as pernas e nem vê o tempo passar. Foi mais ou menos o que aconteceu comigo ao ler Delírio.
Em uma das minhas compras de livros, "Levas", como eu chamo, pois minhas "comprinhas" consistem em vinte ou trinta livros, deparei-me com Delírio. Imediatamente me interessei pela capa metálica,diferente das de outros livros, me atraiu completamente. Procurei pela resenha e vi que também era muito interessante, logo despertando minha vontade de ler esta obra.
É minha primeira leitura da escritora Lauren Oliver, e gostei tanto do livro que indiquei-o a minha mãe e ela também amou.
Delírio conta a história de uma jovem chamada Lena, e a narração inteira é passada na primeira pessoa, como vocês já sabem, algo que me chama muito a atenção. Lena vive no futuro, nos Estados Unidos, mas há algo diferente lá. Há muitos anos ( usando o presente da história) o amor foi considerado uma doença, chamada amor deliria nervosa, e a cura foi descoberta. Quando os residentes deste local completam uma determinada idade, passam por uma Intervenção, onde um pedaço de seus cérebros é cortado e eles ficam, assim, imunes ao amor.
Lena, que teve sua mãe roubada pelo amor, o que a fez ser presa, já que amar é proibido, fica ansiosa para receber logo sua Intervenção e ser como todos os outros, não sofrer pelo deliria, como sua mãe sofreu. O que Lena não contava era que, antes de receber sua Intervenção, ela iria se apaixonar por um garoto, Alex, que diz-se imune ao amor, mas que logo depois, Lena descobre, veio da Selva, um local além das fronteiras, onde pessoas infectadas pelo Deliria vivem.
De passo em passo, Lena vai mudando sua opinião sobre o amor, mas à medida que o dia da Intervenção chega, ela começa a ficar mais e mais apavorada, devastada por seu amor com Alex, o fugitivo. Além de tudo, Lena preocupa-se com sua melhor amiga, Hana, que está, assim como ela, contestando o regime opressivo de seu país, e juntos eles sofrerão perseguições da polícia, induzida a matar qualquer um que pareça suspeito de deliria.
Uma bela história sobre amor, amizade e sofrimento, que, mesmo não tendo me feito chorar, sendo assim considerado como Romance, não Drama ( para mim há uma imensa diferença), trouxe minutos de reflexão, em que você se põe a pensar em um outro Universo, onde o amor é considerado doença.
"Achavam que amar era algo sublime. Isso foi antes de encontrarem a cura"
Delírio é realmente um livro de reflexão, mas como eu disse antes, de uma leitura fácil e gostosa, que te faz entrar completamente na personagem e viajar naquele mundo. Indicado para qualquer faixa etária ( entre minha mãe e eu), é uma obra de profundo pensamento, ficção e um delicioso romance nada clichê ( como triângulo amoroso, inexistente nessa obra), em que você consegue realmente sentir na pele as aflições de Lena.
"Ouvi muitas vezes que quando eu fosse curada no amor ficaria feliz e em segurança. Eu acreditava nisso. Antes. Agora tudo mudou, e posso dizer que hoje prefiro sofrer de amor por um único milésimo de segundo do que a viver cem anos reprimida por uma mentira"
O que eu mais achei interessante no livro de Lauren Oliver foi a veracidade que ela dá aos fatos, tornando mesmo uma ficção absurda em algo completamente racional. Lena não é o tipo de garota que, do nada, consegue virar a líder de um movimento englobando milhares de pessoas, e por fim, destruirá o inimigo repressor, como a Katniss, da saga Jogos Vorazes. Oliver conseguiu atrair uma verossimilhança fantástica, mesmo o livro não tendo muita relação com a realidade.
"... Desejo é o inimigo do contentamento, desejo é doença, um cérebro febril. Quem pode se considerar saudável desejando? A própria palavra querer sugere uma falta, um empobrecimento, e é isso que o desejo é: um empobrecimento do cérebro, um defeito, um erro. Felizmente, agora isso pode ser corrigido"
Recomendo Delírio para qualquer um, iniciante ou veterano no "ramo" da leitura, e Esse eu já li, e aprovei.
sábado, 23 de março de 2013
domingo, 17 de março de 2013
O tigre na sombra
Olá, leitores.
Como primeira postagem nesse blog de leitura, que, admito, é algo que eu queria fazer há muito tempo mas não tinha nem paciência nem conhecimento de como se fazer um blog, vou falar de um livro que acabei de terminar.
Ontem fomos buscar minha mãe no aeroporto e ( como sempre), eu entrei na livraria. Depois de fotografar alguns títulos interessantes, ler algumas resenhas e dar dicas para os pobres viajantes que não sabiam o que comprar, me deparei com um livro simples, pequenininho, que eu já queria ter comprado há algum tempo, mas que sempre coloquei por último nas minhas listas de compra ( preciso de prioridades, né.).
O dito cujo se chama O tigre na sombra, a mais atual obra de nossa mais popular colunista da Veja, Lya Luft. Desde pequenininha ( quando ela começou a escrever na revista, em 2004), sou fã das crônicas de Luft. Muita gente diz que os livros e relatos dela parece que são escritos para nós, mas, mesmo lendo a Veja, nunca tinha percebido como isto era verdade até ler O tigre na sombra.
Foi o primeiro livro que li da Lya, e admito que fiquei surpresa. Gente, esta mulher é incrível, ela me fez chorar mais do que qualquer escritor, por que sim, O tigre na sombra é um livro depressivo.
Eu fui na Jaqueira há alguns meses com a minha vó Eunice, e ela me deixou comprar um livro, e eu fiquei entre este e mais dois títulos, e acabei comprando o outro.
Eu recomendo mesmo esse livro para quem gosta de um romance, uma leitura real, que te faz pensar na vida, no amor, no futuro... Porque eu fiquei pensando. A Lya tem definitivamente esse dom de fazer você pensar.
Como dá para ver na imagem abaixo, a capa do livro é bem simples, sem nenhuma imagem, e a história é curta, fácil de ler, com apenas 127 páginas, mas eu posso afirmar com certeza que foi um dos melhores livros que já li até hoje, e eu já li muitos livros.
Bom, então vamos para o resumo.
O livro conta a história de uma menina chamada Dolores, mas que todos chamam de Dôda, e ele é todo escrito na primeira pessoa, o que foi ótimo, porque fez com que eu me infiltrasse, me caracterizasse melhor com a personagem. Dôda vive com seu pai, sua irmã, Dália, e com a mãe, mas a mãe não a ama, e dá tudo de bom e de melhor para Dália. O motivo da mãe dela não a amar, é porque Dôda tem uma perna mais curta que a outra.
O livro conta principalmente a infância de Dôda, a menina maluquinha que diz criar um tigre de olhos azuis no quintal, que olha para o espelho e vê outra menina, e faz amizade com esta garota. Dôda narra a infância dela pelos olhos de criança, uma criança que escuta vozes, que tem amigos imaginários, e que sempre é passada por trás pela irmã.
"Quando estavam de bom humor, os deuses abriram as mãos e despejaram sobre a terra os oceanos com seus segredos, os campos onde corre o vento, as árvores com mil vozes, as manadas, as revoadas - e para atrapalhar tudo, as pessoas. Mas onde está todo mundo? Buscando se anestesiar ou obter respostas, atrelados às mesmas incansáveis perguntas, como, quando, quanto, por quê, por que eu?..."
Depois da infância de Dôda o livro avança pelo seu futuro, mostrando os problemas dela para ser amada, por conta de sua deficiência, a superioridade que todos davam à sua irmã, seus problemas com a mãe, que a rejeitava por ser aleijada. É um livro que retrata muito o tema da morte, da desilusão, dos amores imaginários, e dessa loucura que todos têm na infância, de amigos imaginários, sereias, tigres de olhos azuis.
O livro, no início, é confuso, mas depois vira uma leitura deliciosa, com muitas coisas que nos fazem refletir, e pensar que realmente esta mulher escreve para cada um de nós.
"Eu, a menina de perna curta, falava com a menina do espelho e criava um filhote de tigre no fundo do quintal. Quando lançaram minha sorte os deuses estavam sombrios. E assim começa esta complicada história".
Então é isso leitores, espero que gostem.
Esse eu já li, e aprovei.
Como primeira postagem nesse blog de leitura, que, admito, é algo que eu queria fazer há muito tempo mas não tinha nem paciência nem conhecimento de como se fazer um blog, vou falar de um livro que acabei de terminar.
Ontem fomos buscar minha mãe no aeroporto e ( como sempre), eu entrei na livraria. Depois de fotografar alguns títulos interessantes, ler algumas resenhas e dar dicas para os pobres viajantes que não sabiam o que comprar, me deparei com um livro simples, pequenininho, que eu já queria ter comprado há algum tempo, mas que sempre coloquei por último nas minhas listas de compra ( preciso de prioridades, né.).
O dito cujo se chama O tigre na sombra, a mais atual obra de nossa mais popular colunista da Veja, Lya Luft. Desde pequenininha ( quando ela começou a escrever na revista, em 2004), sou fã das crônicas de Luft. Muita gente diz que os livros e relatos dela parece que são escritos para nós, mas, mesmo lendo a Veja, nunca tinha percebido como isto era verdade até ler O tigre na sombra.
Foi o primeiro livro que li da Lya, e admito que fiquei surpresa. Gente, esta mulher é incrível, ela me fez chorar mais do que qualquer escritor, por que sim, O tigre na sombra é um livro depressivo.
Eu fui na Jaqueira há alguns meses com a minha vó Eunice, e ela me deixou comprar um livro, e eu fiquei entre este e mais dois títulos, e acabei comprando o outro.
Eu recomendo mesmo esse livro para quem gosta de um romance, uma leitura real, que te faz pensar na vida, no amor, no futuro... Porque eu fiquei pensando. A Lya tem definitivamente esse dom de fazer você pensar.
Como dá para ver na imagem abaixo, a capa do livro é bem simples, sem nenhuma imagem, e a história é curta, fácil de ler, com apenas 127 páginas, mas eu posso afirmar com certeza que foi um dos melhores livros que já li até hoje, e eu já li muitos livros.
Bom, então vamos para o resumo.
O livro conta a história de uma menina chamada Dolores, mas que todos chamam de Dôda, e ele é todo escrito na primeira pessoa, o que foi ótimo, porque fez com que eu me infiltrasse, me caracterizasse melhor com a personagem. Dôda vive com seu pai, sua irmã, Dália, e com a mãe, mas a mãe não a ama, e dá tudo de bom e de melhor para Dália. O motivo da mãe dela não a amar, é porque Dôda tem uma perna mais curta que a outra.
O livro conta principalmente a infância de Dôda, a menina maluquinha que diz criar um tigre de olhos azuis no quintal, que olha para o espelho e vê outra menina, e faz amizade com esta garota. Dôda narra a infância dela pelos olhos de criança, uma criança que escuta vozes, que tem amigos imaginários, e que sempre é passada por trás pela irmã.
"Quando estavam de bom humor, os deuses abriram as mãos e despejaram sobre a terra os oceanos com seus segredos, os campos onde corre o vento, as árvores com mil vozes, as manadas, as revoadas - e para atrapalhar tudo, as pessoas. Mas onde está todo mundo? Buscando se anestesiar ou obter respostas, atrelados às mesmas incansáveis perguntas, como, quando, quanto, por quê, por que eu?..."
Depois da infância de Dôda o livro avança pelo seu futuro, mostrando os problemas dela para ser amada, por conta de sua deficiência, a superioridade que todos davam à sua irmã, seus problemas com a mãe, que a rejeitava por ser aleijada. É um livro que retrata muito o tema da morte, da desilusão, dos amores imaginários, e dessa loucura que todos têm na infância, de amigos imaginários, sereias, tigres de olhos azuis.
O livro, no início, é confuso, mas depois vira uma leitura deliciosa, com muitas coisas que nos fazem refletir, e pensar que realmente esta mulher escreve para cada um de nós.
"Eu, a menina de perna curta, falava com a menina do espelho e criava um filhote de tigre no fundo do quintal. Quando lançaram minha sorte os deuses estavam sombrios. E assim começa esta complicada história".
Então é isso leitores, espero que gostem.
Esse eu já li, e aprovei.
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